7 de nov. de 2013

Programa Ciência sem Fronteiras

Carolina Melo (Autora do Post)
Hoje o post do Blog não vai se tratar de Ensino ou Educação, apesar de não sair de assuntos acadêmicos e que todo estudante de graduação deve saber, independente de fazer licenciatura ou não. Hoje vamos falar sobre um programa por muitos conhecido, o Ciência sem Fronteira, que inclusive já está com editais abertos para ir ano que vem, mas corra, pois as inscrições vão só até o dia 29 de novembro.
       Como todos sabem, cada país tem um edital diferente, e portanto diferenças no modo de inscrição, seleção, documentação necessária, valor de bolsa, enfim, para informações acerca disso entre no site do programa cienciasemfronteiras.gov.br. Portanto, não tratarei acerca desses assuntos aqui, porém se tiverem alguma dúvida comentem no post que tratarei de responder tudo na medida do possível.
         Hoje vou falar do outro lado do intercâmbio, nada burocrático, mas sim minhas impressões, vivências, realidades e dificuldades enfrentadas, mas também as coisas boas que vivi.
         Para quem não sabe, eu fiquei por um período de 10 meses na Espanha (linda Espanha), e muitos me perguntam até hoje se antes de eu ir se eu já sabia Espanhol, a resposta é clara: NÃO! Nunca tinha estudado Espanhol antes exceto no ensino médio aquelas pequenas aulas que nunca passava dos “artículos definidos e indefinidos”.  E isso foi uma das principais causas dos meus, se assim podemos dizer, problemas.
        Estar num país com um idioma diferente e que eu sabia quase nada foi um tanto assustador no começo, e é claro, cometia muitos erros na hora de falar, e pouco entendia aquele povo que falava um Espanhol rápido e engolindo mais letras do que mineiro falando português (se é que me entende!). Não preciso nem falar que entender as aulas no começo foi bem difícil, também.
       Mas voltando ao início, de quando cheguei, digo sinceramente que foi muito difícil, por ter viajado sozinha, por chegar num país diferente, sem saber me comunicar e sem nem saber como chegar de Madrid até a cidade onde ia morar, JAÉN. Morar com pessoas até então estranhas, longe de todos e de tudo, pode incluir aí as nossas maravilhosas comidas brasileiras. Porém disposição não me faltou para enfrentar tudo e tentar aproveitar o máximo de cada momento que viveria ali, naquela cidadezinha de interior, porém com seus encantos em cada esquina, um lindo castelo no ponto mais alto da cidade, e suas intermináveis plantações de oliveiras.
         Cheguei na cidade e descobri que além de mim, estariam ali naquele ano, mais uns 90 brasileiros na cidade. Não preciso nem dizer que ainda que vivendo em outro país, com pessoas de culturas diferentes, sempre me sentia em casa por ter sempre os amigos brasileiros por perto, ao final viramos todos uma grande família, onde carregarei um pedacinho de cada um deles comigo pro resto da minha vida.
        A universidade? Ahhh, a universidade... tinha seus defeitos claro, mas que era impossível de serem notados diante de tantas qualidades (deixo claro que não estou comparando com a UFPA aqui, deixo isso para outro momento). Ela era linda, salas de aulas perfeitas, uma biblioteca grande, espaçosa e, acima de tudo, aconchegante para estudar, ficava aberta 24h por dia em todos os dias da semana, e podia ir lá num domingo 3h da madrugada que tinha gente estudando. Tínhamos curso de Espanhol grátis, programa de tutoria, e uma extrema atenção por parte do “vicerrectorado de internacionalización” para com os brasileiros. Para conhecer melhor a universidade você pode ver por este vídeo http://www.youtube.com/watch?v=rzJWbmK7JF8.
      Mas claro, que mais do que estudar também tem o outro lado do intercâmbio: viagens e festas! Começarei por viagens... Estar na Europa era muito bom pois estava perto de muitos outros países, e pude visitar 9 países diferentes, além de diversas cidades dentro da Espanha mesmo, ou seja, consegui aproveitar bastante esse quesito. E o que falar das festas? Bem, daria para escrever páginas e páginas sobre elas, de bordões castellanos, de costumes, enfim... aqui me deterei a falar apenas uma frase que poderia resumir a vida festeira dos brasileiros em Jaén: “que no pare la fiesta!”, e nunca parou mesmo!
          O que levo do intercâmbio? Primeiro muita saudade de tudo, dos amigos, do dinheiro da Dilma (hehe), da segurança da cidade, de morar bem perto da universidade, enfim saudade de tudo. Mas também levo aprendizado para a vida acadêmica, vida pessoal, crescimento cultural, e ainda fluência num idioma que sempre “me ha gustado”. Eu voltei com a sensação de que não sou mais a Carol de Belém (do Pará, como todos chamavam), mas agora sou cidadã do mundo. Por isso recomendo: increva-se, não custa nada, e é muito fácil conseguir a bolsa, você não vai se arrepender, pode até sofrer no começo, mas no fim não vai nem querer voltar, pode ter certeza!

Nenhum comentário:

Postar um comentário