Carolina Melo (Autora do Post) |
Hoje o post do Blog não vai se
tratar de Ensino ou Educação, apesar de não sair de assuntos acadêmicos e que
todo estudante de graduação deve saber, independente de fazer licenciatura ou
não. Hoje vamos falar sobre um programa por muitos conhecido, o Ciência sem
Fronteira, que inclusive já está com editais abertos para ir ano que vem, mas
corra, pois as inscrições vão só até o dia 29 de novembro.
Como
todos sabem, cada país tem um edital diferente, e portanto diferenças no modo
de inscrição, seleção, documentação necessária, valor de bolsa, enfim, para
informações acerca disso entre no site do programa cienciasemfronteiras.gov.br.
Portanto, não tratarei acerca desses assuntos aqui, porém se tiverem alguma
dúvida comentem no post que tratarei de responder tudo na medida do possível.
Hoje
vou falar do outro lado do intercâmbio, nada burocrático, mas sim minhas
impressões, vivências, realidades e dificuldades enfrentadas, mas também as
coisas boas que vivi.
Para
quem não sabe, eu fiquei por um período de 10 meses na Espanha (linda Espanha),
e muitos me perguntam até hoje se antes de eu ir se eu já sabia Espanhol, a
resposta é clara: NÃO! Nunca tinha estudado Espanhol antes exceto no ensino
médio aquelas pequenas aulas que nunca passava dos “artículos definidos e
indefinidos”. E isso foi uma das
principais causas dos meus, se assim podemos dizer, problemas.
Estar
num país com um idioma diferente e que eu sabia quase nada foi um tanto
assustador no começo, e é claro, cometia muitos erros na hora de falar, e pouco
entendia aquele povo que falava um Espanhol rápido e engolindo mais letras do
que mineiro falando português (se é que me entende!). Não preciso nem falar que
entender as aulas no começo foi bem difícil, também.
Mas
voltando ao início, de quando cheguei, digo sinceramente que foi muito difícil,
por ter viajado sozinha, por chegar num país diferente, sem saber me comunicar
e sem nem saber como chegar de Madrid até a cidade onde ia morar, JAÉN. Morar
com pessoas até então estranhas, longe de todos e de tudo, pode incluir aí as
nossas maravilhosas comidas brasileiras. Porém disposição não me faltou para
enfrentar tudo e tentar aproveitar o máximo de cada momento que viveria ali,
naquela cidadezinha de interior, porém com seus encantos em cada esquina, um
lindo castelo no ponto mais alto da cidade, e suas intermináveis plantações de
oliveiras.
Cheguei
na cidade e descobri que além de mim, estariam ali naquele ano, mais uns 90
brasileiros na cidade. Não preciso nem dizer que ainda que vivendo em outro país,
com pessoas de culturas diferentes, sempre me sentia em casa por ter sempre os
amigos brasileiros por perto, ao final viramos todos uma grande família, onde
carregarei um pedacinho de cada um deles comigo pro resto da minha vida.
A
universidade? Ahhh, a universidade... tinha seus defeitos claro, mas que era
impossível de serem notados diante de tantas qualidades (deixo claro que não
estou comparando com a UFPA aqui, deixo isso para outro momento). Ela era
linda, salas de aulas perfeitas, uma biblioteca grande, espaçosa e, acima de
tudo, aconchegante para estudar, ficava aberta 24h por dia em todos os dias da
semana, e podia ir lá num domingo 3h da madrugada que tinha gente estudando.
Tínhamos curso de Espanhol grátis, programa de tutoria, e uma extrema atenção
por parte do “vicerrectorado de internacionalización” para com os brasileiros.
Para conhecer melhor a universidade você pode ver por este vídeo http://www.youtube.com/watch?v=rzJWbmK7JF8.
Mas
claro, que mais do que estudar também tem o outro lado do intercâmbio: viagens
e festas! Começarei por viagens... Estar na Europa era muito bom pois estava
perto de muitos outros países, e pude visitar 9 países diferentes, além de
diversas cidades dentro da Espanha mesmo, ou seja, consegui aproveitar bastante
esse quesito. E o que falar das festas? Bem, daria para escrever páginas e
páginas sobre elas, de bordões castellanos, de costumes, enfim... aqui me
deterei a falar apenas uma frase que poderia resumir a vida festeira dos
brasileiros em Jaén: “que no pare la fiesta!”, e nunca parou mesmo!
O que
levo do intercâmbio? Primeiro muita saudade de tudo, dos amigos, do dinheiro da
Dilma (hehe), da segurança da cidade, de morar bem perto da universidade, enfim
saudade de tudo. Mas também levo aprendizado para a vida acadêmica, vida
pessoal, crescimento cultural, e ainda fluência num idioma que sempre “me ha
gustado”. Eu voltei com a sensação de que não sou mais a Carol de Belém (do
Pará, como todos chamavam), mas agora sou cidadã do mundo. Por isso recomendo:
increva-se, não custa nada, e é muito fácil conseguir a bolsa, você não vai se
arrepender, pode até sofrer no começo, mas no fim não vai nem querer voltar,
pode ter certeza!
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